Friday, August 5, 2011

Quem renega os seus... é capaz de tudo

José Monteiro da Costa (1882 - 30 de Janeiro de 1911)

Passou o 2 de Agosto, dia da fundação do Futebol Clube do Porto (FCP) e ao contrário do que aconteceu até 1988, não se ouviu, viu nem leu qualquer notícia acerca do assunto. São 105 anos de uma história importante que até o próprio clube decidiu olvidar. Os dirigentes portistas (uns a vigarizar e outros, minoritários, envergonhados) e os média coniventes, por isso cúmplices, escondem uma história real de 105 anos para promover, a 28 de Setembro uma história virtual de 118 anos, acrecentando 13 anos iniciais (1893-1906) de vácuo, inexactidões, interpretações sem contexto e abusivas, sem nexo. Mas com propósitos. Lamacentos e de podridão.

Porquê revelar este “assunto” no EDB (Em Defesa do Benfica) se diz respeito ao FCP?

Quem renega os seus antepassados, ignora os seus fundadores, faz revisionismo (baseado em pretensos documentos), reescrevendo a história é capaz de tudo. Mesmo tudo! Se o FCP ignora José Monteiro da Costa! Se o FCP ignora os primeiros associados, como António Martins e Camilo Monis, entre outros, ou seja, aqueles que tornaram possível a existência do clube! Se o FCP ignora José Rodrigues Teles, que tornou (e permite) conhecer com detalhe a história do clube! Se a Comunicação Social lhes dá cobertura! Nós dizemos NÃO! E NÃO! Vocês, no FCP, são trapaceiros. Trapaceiros e mentirosos. Como um vómito. Se não têm pejo em enxovalhar a vossa história também não têm ética, desvirtuando o desporto no passado, presente e preparando-se (como de costume, de forma vil e ardilosa) para o fazer no futuro! E vocês, média, TODA sem excepção que dão cobertura a esta mentira, distorcendo a vossa própria história, revelando-se incapazes de tomar posição acerca do que é real e do que é desvirtuado no dia-a-dia nos recintos desportivos, não sentem vergonha de "matar" a memória e a honestidade dos grandes jornalistas que vos precederam? De que têm medo? De perder o "pasto".
Ao Benfica,nunca incomodaram os adversários, antes serviram para nos enaltecer,lutando para os superar de uma forma, limpa e leal. Mas, incomoda e sempre incomodará a impunidade daqueles que criaram poderes paralelos, controlaram poderes que deveriam ser imparciais e um exemplo para fazer de Portugal qualquer coisa de asseado, fazendo do país uma país de "animais de engorda e vistas baixas", como dizia Guerra Junqueiro.

A História (real) do FCP

Os dirigentes e associados do FCP tiveram durante muito tempo, até (pelo menos...) 1989, ou seja durante (pelo menos...) 83 anos muito orgulho na história do seu clube. Isto porque, entre os principais clubes – e os mais antigos – cabia ao FC Porto a primazia de, em tempo devido, ter um historiador (José Rodrigues Teles) que desde muito cedo acompanhou, registando-a, a actividade do clube e entrevistou alguns dos fundadores, ainda vivos. Por isso está tão detalhada, quer a fundação, quer os primeiros anos e as actividades iniciais do FCP. Não há clube fundado na primeira década do século XX (pelo menos em Portugal) que tenha a fundação e as primeiras iniciativas tão bem documentadas como o FCP. José Rodrigues Teles, portista e jornalista em publicações (por exemplo no jornal “Sporting”) da cidade do Porto e correspondente no Porto do jornal “Os Sports” (depois “Mundo Desportivo”) publicou duas histórias do FC Porto, onde ilustra, com rigor e paixão clubística, a fundação do seu clube. A primeira em 1933 e a segunda (por fascículos) em 1956 (ver imagens).

A História do FC Porto 1906 - 1956
José Rodrigues Teles


António Martins (sócio n.º 3 e o “primeiro” 1.º secretário do FCP em 1906) descreve a fundação do clube

António Martins é peremptório na descrição da fundação do FCP logo em 1926 (1 de Março), ou seja, o clube ainda nem duas décadas completara. A descrição é “deliciosa” e esclarecedora, mas há que ressalvar duas frases: “... 1.º, o desconhecimento completo, por parte de todos os sócios, de tal jogo (entre 1904 e 1906)” e “Sómente existiam (no Porto) dois clubes onde se fazia esse jogo, que eram o Oporto Crickett e o Boavista Foot-ball...”

Então o pseudo-fundador, o "tal Nicolau d`Almeida?

Onde está o "tal" Nicolau d`Almeida ?

Então o Nicolau d`Almeida?


Camilo Monis

Outro dos primeiros associados do FCP descreve (num “Boletim do FC Porto”) transcrito, em 1956, por José Rodrigues Teles a fundação do clube. Em destaque (página 18): “E tais desejos (José Monteiro da Costa) manifestava de no seu regresso o pôr (ao futebol) em prática dentro do Grupo do Destino que os de cá já se sentiam jogadores do desconhecido jogo.” Outro (página 19): “Embora já existissem no Porto dois clubes que praticavam futebol, este jogo continuava a ser, por assim dizer, desconhecido em virtude desses clubes serem constituidos por ingleses e a entrada nos seus parques de jogos só ser permitida aos sócios e suas famílias. Um, o Oporto Cricket and Tennis Club, de que fazia parte a maioria da colónia inglesa e que ainda hoje existe no mesmo local, na rua do Campo Alegre; o outro, o Boavista Footballers Club, do Bessa, formado quase sempre na sua totalidade por empregados da Fábrica Graham e donde mais tarde nasceu o Boavista Futebol Clube, mas com o campo de jogo em sentido oposto ao actual.” E ainda outro(página 20): “O futuro Clube, dizia ele (José Monteiro da Costa) devia chamar-se «Futebol Clube do Porto», por os seus fundadores serem na sua quase totalidade tripeiros natos, a sua sede na cidade do Porto e o principal desporto a que se ia dedicar – o futebol.”

História do FC Porto 1906 - 1965
Páginas 17 a 21

Em tantos depoimentos ninguém fala do "tal" Nicolau d`Almeida?

Pinto da Costa e o aniversário portista

Em 2 de Agosto, o presidente portista Pinto da Costa, tal como os antecessores, deslocava-se numa romagem de saudade ao Cemitério de Agramonte, a fim de homenagear o fundador José Monteiro da Costa. Foi assim em 1986 (como a revista “Dragões” documenta). Em 1989, Pinto da Costa decidiu interromper uma homenagem “com décadas” ao fundador pois havia “criado... outro fundador”.

Revista "Dragões" nº10 em Setembro de 1986

Até quando Pinto da Costa não fala do "tal" Nicolau d`Almeida?

José Monteiro da Costa (já não) descansa em paz...

Apesar de deixarem de existir as romagens da “Nomenclatura Portista” a 2 de Agosto, há associados (a nível individual) e adeptos do FC Porto que continuam a respeitar o legado e a memória do fundador. A campa (em 201o) é a mesma que foi visitada em 1986 (ver fotografia de 2010 – de frente - comparando-a com a fotoreportagem da revista, com foto das traseiras da campa).

A campa do fundador e primeiro presidente do FC Porto
Homenagem portista em 1963
Fotografias tiradas no Cemitério de Agramonte em 2010

Quando Pinto da Costa assinava em papéis com a data do registo de nascimento do FC Porto.

2 de Agosto de 1906


O orgulho na data de fundação do Clube (por estar bem fundamentada) levava-a a figurar no papel timbrado do emblema portista (tal como nos cartões de associado). Pinto da Costa utilizava o papel timbrado do FC Porto, como é evidente. Veja-se esta carta datada de 5 de Junho de 1985. E assinada pelo “Querido Líder”!

Papel timbrado do FC Porto com a data de fundação com assinatura do Pinto da Costa

Quando a Imprensa assinalava o aniversário “real” do FC Porto em 2 de Agosto de cada ano, referente a 1906.
Invariavelmente, cada vez que o calendário anual passava pelo segundo dia de Agosto, a Imprensa nativa assinalava a data, quer dando os parabéns ao clube aniversariante, quer noticiando as actividades comemorativas desse acontecimento anual, repetido ciclicamente. Publicamos alguns exemplos.

Jornal "A Bola" de 3 de Agosto de 1950

Jornal "Record" de 4 de Agosto de 1956

"Jornal de Notícias" de 2 de Agosto de 1976

"Jornal de Notícias" de 3 de Agosto de 1976

Ao que se vê todos eram unânimes com os fundadores do clube, dirigentes e todos os jornais. Depois "mataram-nos".
Segundo os "aldrabões do Porto", Nicolau d´Almeida não foi autorizado a jogar futebol pela esposa, por ser um desporto muito violento. Mas pergunta-se: ser sócio de um clube também é violento? Ou a senhora já tinha premonição do tipo de comportamentos que um dia viriam a ser implementados? Como é possível ser tão "cúmplice" de José Monteiro da Costa e nenhum relato da inventada "tese de reactivação" do clube falar sobre tal personagem? E tudo fica turvo, impune, silencioso quando as evidências documentais são tão claras. Jornalistas cobardes, politicos cobardes e muitos deles cúmplices de toda esta forma de estar deixarão que isto se arraste e imponha como verdade e ordem de um país à deriva.
Quando TODOS (os influentes neste Portugal esquizofrénico) nos querem aldrabar com uma vigarice histórica, gritamos: VOCÊS A NÓS NÃO NOS ENGANAM!


Alberto Miguéns
António Melo


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