Thursday, August 11, 2011

Temos origem extraterrestre?

Cientistas americanos confirmam que elementos do DNA vieram do espaço! Pela primeira vez na história, foram encontradas pistas bastante significativas de que alguns dos elementos que constituem o DNA têm realmente origem extraterrestre. A descoberta ajuda a sustentar a teoria de que a criação da vida da Terra veio do espaço através de meteoritos e cometas. Os componentes do DNA são encontrados em meteoritos desde 1960, mas esta foi a primeira vez que a origem do material foi confirmada como sendo de origem externa e isenta de possíveis contaminações por elementos da vida terrestre. Segundo a pesquisa, as componentes adenina, guanina, hipoxantina e xantina foram descobertas em 12 amostras de meteoritos estudados e foram três os factores que levaram os pesquisadores a acreditar que os elementos não são de origem terrestre. O primeiro factor foi a detecção de traços de três moléculas relacionadas com as moléculas de nucleotídeos: purina, 2,6 diaminopurina, e 6,8 diaminopurina, compostos análogos aos nucleotídeos. Segundo o estudo, as duas últimas são raramente usadas em processos biológicos, portanto não originadas por contaminação terrestre. A segunda evidência surgiu após a comparação do solo próximo ao local onde foi encontrado o meteorito de Murchison, na Austrália, e um bloco de gelo de 8 quilos recolhido na Antártida, na mesma região onde foi descoberto outro meteorito. Utilizando os mesmos métodos de análise, os pesquisadores não detectaram na amostra do gelo polar qualquer evidência dos compostos análogos aos nucleotídeos mas apenas taxas muito mais baixas de hipoxantina e xantina. A terceira e última evidência da procedência extraterrestre desses elementos foi a descoberta de que tanto os nucleotídeos biológicos como os não-biológicos foram formados através de uma reacção química inteiramente não-biológica e que os cientistas conseguiram reproduzir em laboratório.

O meteorito de Murchison caiu na Austrália no dia 28 de Setembro de 1969 e a sua idade estimada é de 465 mil milhões de anos, talvez mesmo mais antigo que o próprio Sistema Solar. De acordo com um estudo publicado na revista Earth and Planetary Science Letters em 2008, ficou confirmado que as análises feitas no meteorito indicavam a presença de xantina e de uracila, duas substâncias necessárias para a formação do DNA e do RNA, moléculas essenciais para formação da vida na Terra. O estudo também concluiu que os átomos de carbono encontrados no meteorito de Murchison eram de um tipo raro na Terra, o que praticamente garantia que as moléculas encontradas tinham-se formado no espaço. "Na Terra, todas as reacções químicas que envolvem carbono usam uma forma leve do elemento, o carbono 12 (C-12), mas as reacções químicas que ocorrem no espaço envolvendo carbono usam uma forma mais pesada, o C-13", explicou na ocasião a cientista portuguesa Zita Martins, a principal autora do estudo, ligada ao Imperial College de Londres. "Quando analisamos moléculas orgânicas presentes em meteoritos, podemos saber se são de facto extraterrestres ou simples contaminação terrestre. Estes resultados demonstram que os compostos orgânicos, que são componentes do código genético na bioquímica moderna, já estavam presentes nos primórdios do Sistema Solar e podem ter desempenhado um papel muito importante na origem da vida", acrescentou a pesquisadora.

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