Friday, September 9, 2011

«Somente eventos excepcionais poderiam provocar um choque no sistema»

Joachim Véliocas é um dos franceses que não têm problemas de ser politicamente incorrecto e de denunciar as consequências nefastas da crescente islamização no seu país. Dono do sítio Observatoire de l'slamisation, Véliocas condeceu uma entrevista ao jornal católico polaco Nasz Dziennik. A entrevistadora Anna Bałaban quis saber o porquê do crescimento da islamização em França.


Anna Bałaban: a cultura religiosa muçulmana parece estar a expandir-se em França... Como é isso possível?

Joachim Véliocas: É uma questão muito complexa. Nós temos de recuar no tempo. Nos anos 60, sob a pressão dos patronatos que queriam estar menos dependentes do poder dos sindicatos de esquerda e pagar menos pela mão-de-obra, a imigração de trabalhadores começou por ser apoiada pelo presidente Pompidou. Essa imigração era suposto ser temporária devido à lei do "reagrupamento familiar" imposta pela Carta Social Europeia do Conselho da Europa de 1973. Giscard d'Estaing foi obrigado pelo Conselho de Estado de 1976 a renunciar ao seu projecto de suspensão da imigração familiar a fim de se conformar com o novo direito europeu. Hoje em dia, um trabalhador africano com o ordenado mínimo pode trazer toda a sua família, incluindo o seu sogro, como garante a Convenção Europeia dos Direitos Humanos. Em França, a cada ano que passa, e desde os anos 80, 200 mil permissões de residência, que são automaticamente renovadas de 10 em 10 anos, foram concedidas. Os vistos de estadia temporária são outra forma de permitir a entrada legal dos imigrantes. E depois eles permanecem ilegalmente depois do seu direito expirar.

- E os franceses estão conscientes do estado das coisas? Eles aceitam-no?

- Os média só falam das permissões de residência a longo termo e ocultam sistematicamente os vistos de curta estadia (perto de 500 mil por ano para o Norte de África e a Turquia). Se os franceses lessem esses valores nos jornais eles ficariam assustados, mas eles são cuidadosamente camuflados. Hoje, apenas 7% das 200 mil autorizações de residência concedidas estão associadas ao contrato de trabalho e nas cidades de imigração o desemprego chega aos 40%. Aqueles que querem trabalhar no ramo da construção são predominantemente portugueses e polacos.

- A islamização progride, mas como é que explica o facto de 90% dos habitantes ainda serem não-muçulmanos?

- Há muitos factores que têm de ser mencionados. Primeiro, há o abandono da missão apostólica da Igreja em França em nome dum diálogo interreligioso mal compreendido. Nós sabemos muito bem que isso apenas resulta no abandono da Igreja por parte dos fiéis. Depois, existe a impossibilidade de assimilação cultural não por parte dos indivíduos, mas de grupos muçulmanos étnicos que estão territorialmente concentrados. A isso junta-se o excelente trabalho dos missionários islâmicos. Nós não podemos também esquecer-nos da proliferação de novas mesquitas, desejadas, controladas e financiadas por Marrocos, Argélia e Turquia. Finalmente, é preciso mencionar a preservação da cultura original dos jovens desde a escola primária por causa do "ELCO" (Ensino da Língua e Cultura de Origem) por parte dos professores enviados pelos países de origem por forma a transmitir o árabe e o islão nas nossas escolas públicas...

- Vê uma solução para este fenómeno?

- Sou bastante pessimista. Os média são fechados, não existe uma representação proporcional de pessoas no Parlamento Nacional e os partidos alternativos ao sistema actual não têm credibilidade suficiente ou membros sérios. Somente eventos excepcionais poderiam provocar um choque no sistema. Em todo o caso, a única maneira de mudar tudo isso é sair das instituições europeias que estão a impor-nos os refugiados que procuram asilo, os reagrupamentos familiares, a abertura das fronteiras e que nos impedem de expulsar grupos do país, o que está a fazer com que sejamos uma minoria no nosso próprio país em menos de 50 anos.

- Está a sugerir que a França deveria deixar a União Europeia?

- Não seria necessário deixar todas as instituições europeias, mas nós precisamos de deixar de reconhecer organizações como o Tribunal Europeu da Justiça que, por exemplo, através de um aviso prévio a 22 de Junho de 2010, colocou fortes limitações à possibilidade do controlo das fronteiras num raio de 20 quilómetros, em virtude do acordo de Schengen e da livre circulação, para lutar contra a imigração ilegal. O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos não deve poder impor-nos mais essas medidas delirantes, como por exemplo a medida de nos obrigar a manter no nosso país os delinquentes estrangeiros. As políticas sobre a imigração deveriam ser da competência de cada nação. Desde os tratados de Amesterdão e de Lisboa os cidadãos da União Europeia ficaram sem a sua soberania nesta matéria.

- Poderia uma nova evangelização salvar a França?

- Certamente, mas os jovens franceses estão muito longe de renovar a sua Fé Católica. Eles deixaram-se apoderar pelo materialismo, individualismo e hedonismo. Eles agrupam-se em tribos sociais (baseando-se na música, num estilo de vestuário, etc.) e 90% dos baptizados não vão à missa excepto para os casamentos ou funerais... A França de hoje está completamente secularizada. E o pior é que não é possível entrar nos bairros muçulmanos e falar de Cristo: o proselitismo dos "infiéis" é proibido no islão... Uns missionários foram recentemente agredidos num bairro em Nice.

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